ATA DA SEPTUAGÉSIMA PRIMEIRA SESSÃO ORDINÁRIA DA SEGUNDA SESSÃO LEGISLATURA ORDINÁRIA DA DÉCIMA LEGISLATURA, EM 06.08.1990.

 


Aos seis dias do mês de agosto do ano de mil novecentos e noventa, reuniu-se, na Sala de Sessões do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre, em sua Septuagésima Primeira Sessão Ordinária da Segunda Sessão Legislativa Ordinária da Décima Legislatura. Às quatorze horas e quinze minutos, foi realizada a segunda chamada, sendo respondida pelos Vereadores Clóvis Brum, Clóvis Ilgenfritz, Décio Schauren, Dilamar Machado, Edi Morelli, Elói Guimarães, Giovani Gregol, Jaques Machado, João Dib, José Alvarenga, José Valdir, Lauro Hagemann, Letícia Arruda, Luiz Braz, Mano José, Nelson Castan, Valdir Fraga, Vicente Dutra, Wilson Santos, Wilton Araújo, Adroaldo Correa e Martim Aranha. Constatada a existência de “quorum”, o Sr. Presidente declarou abertos os trabalhos e solicitou ao Ver. Wilson Santos que procedesse à leitura de trecho da Bíblia. A seguir, o Sr. Secretário procedeu à leitura das Atas das Sexagésima Nona e Septuagésima Sessões Ordinárias e da Décima Sétima Sessão Solene que, juntamente com a Ata da Sexagésima Oitava Sessão Ordinária, foram aprovadas. Do EXPEDIENTE constaram: Ofícios nos 490 e 491/90, do

Sr. Prefeito Municipal de Porto Alegre; s/nos, da Associação Ecológica Terraguar; do Movimento Roessler de Novo Hamburgo; da Srª Myrta L. S. Cardia; do Sr. Anton Karl Diedermann; da Curia Metropolitana; do Bispado de Passo Fundo; da Associação Nacional de Apoio ao Índio; Circular nº 01/90, da Câmara Municipal de Campo Bom. A seguir, o Sr. Presidente informou que, a Requerimento de Ver. Mano José, aprovado pala Casa, o Grande Expediente da presente Sessão seria dedicado a homenagear o Hospital Geral de Porto Alegre, pela passagem do centenário de sua fundação, suspendendo os trabalhos às quatorze horas e vinte e um minutos, nos termos do artigo 84, II do Regimento Interno. Às quatorze horas e trinta e oito minutos, constatada a existência de “quorum”, foram reabertos os trabalhos, e o Sr. Presidente convidou os Líderes de Bancada a conduzirem ao Plenário as autoridades e personalidades presentes. Compuseram a Mesa: Ver. Clóvis Brum, 1º Vice-Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre, presidindo a Sessão; Coronel Médico Ubiratan da Rocha Freitas, Diretor do Hospital Geral de Porto Alegre; Coronel Sérgio Augusto da Silva Zilio, Assistente do Comandante Militar do Sul, General Alberto dos Santos Lima Fajardo; Segundo Tenente Urbano Silva, representando o Comandante do Colégio Militar de Porto Alegre, Coronel Serrano; Tenente Coronel Frederico Stender, representando o General Sombra, Comandante A/D-6; Ver. Lauro Hagemann, 1º Secretário da Casa. Após, o Sr. Presidente concedeu a palavra ao Ver. Mano José que, em nome da Casa, discorreu sobre a fundação do Hospital Geral de porto Alegre, há cem anos, salientando a forma humana e competente como são tratados todos aqueles que buscam o auxílio dessa entidade. Falou de sua experiência pessoal como integrante do corpo médico do Hospital Geral de Porto Alegre. Em continuidade, o Sr. Presidente concedeu a palavra aos Senhores Ubiratan da Rocha Freitas e Augusto da Silva Zilio, que agradeceram a homenagem prestada pela Casa ao Hospital Geral de Porto Alegre. Às quinze horas e um minuto, o Sr. Presidente agradeceu a presença de todos e suspendeu os trabalhos, nos termos do artigo 84, II do Regime Interno. Às quinze horas e sete minutos, constatada a inexistência de “quorum” para a reabertura dos trabalhos, o Sr. Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária de amanhã, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores Valdir Fraga, Clóvis Brum e secretariados pelo Ver. Lauro Hagemann. Do que eu, Lauro Hagemann, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada pelo Sr. Presidente e por mim.

 

 


O SR. PRESIDENTE (Valdir Fraga): O Grande Expediente, hoje, é dedicado para homenagear o Hospital Geral de Porto Alegre pela passagem do centenário de sua fundação. Antes de suspendermos a Sessão, convido o Ver. Clóvis Brum para presidir os trabalhos.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 14h21min.)

 

O SR. PRESIDENTE (Clóvis Brum – às 14h38min): O Grande Expediente de hoje, atendendo Requerimento do Ver. Mano José, é para homenagear o centenário de existência do Hospital Geral de Porto Alegre, Hospital Militar de Porto Alegre. Portanto, de imediato, as pessoas homenageadas sejam conduzidas ao Plenário. À Mesa tomarão lugar, além do companheiro Lauro Hagemann, Secretário da Casa; Coronel Médico Ubiratan da Rocha Freitas, Diretor do Hospital; Coronel Sergio Augusto da Silva Zílio, Assistente do Comandante Militar do Sul; General Alberto dos Santos Lima Fajardo; Segundo Tenente Urbano Silva, Representando o Comandante do Colégio Militar; Coronel Serrano; Tenente Coronel Frederico Stender, representando o General Sombra; Comandante A/D-6.

A iniciativa da proposição do Ver. Mano José, que requeremos dia 28 de junho de 1990 a dedicação do Grande Expediente para homenagear o Hospital Geral de Porto Alegre, o nosso tradicional Hospital Militar, pelo transcurso do centenário da sua criação. Foi aprovado por unanimidade da Casa e de imediato passamos a palavra ao Ver. Mano José, que falará em nome das Bancadas do PDT, PSB, PT, PTB, PCB, PFL, PL e do PMDB.

 

O SR. MANO JOSÉ: Ver. Clóvis Brum, 1º Vice-Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre, Coronel Médico Ubiratan da Rocha Freitas, Diretor do Hospital Geral de Porto Alegre, Srs. Vereadores, Senhores e Senhoras presentes.

É com muito prazer, muito orgulho, que venho hoje aqui para comemorar o centenário do Hospital Militar e representar a Câmara Municipal de Porto Alegre, pois estamos neste momento representando os partidos com assento nesta Casa. (Lê.)

“É com orgulho e júbilo, tenho a certeza, que estamos aqui reunidos para comemorar o centenário de criação do Hospital Geral de Porto Alegre; nos tempos de hoje, em que a tradição, não raro, é atropelada e mutilada em nome do progresso e dos “modernismos”, numa febre casuística, constituiu-se fato notável o evento que ora marca o aniversário de um século de existência do Hospital Geral de Porto Alegre.

Permitam-me os presentes, que contribuíram direta ou indiretamente para a exitosa história do Hospital Geral de Porto Alegre, recordar, em breves palavras, a trajetória dessa valorosa instituição.

O Hospital foi fundado em primeiro de julho de 1890, por força do Decreto número 307, datado de sete de abril do mesmo ano, no governo de Manuel Deodoro da Fonseca.

Até o ano de 1906, o Hospital funcionou na sede da extinta enfermaria do trigésimo batalhão de infantaria, localizada à praça Dom Feliciano, junto à Irmandade Santa Casa de Misericórdia.

Hoje, aquele velho prédio reconstruído leva o nome de Pavilhão Daltro Filho.

Em maio de 1906, o Hospital foi transferido para a Casa de Saúde Bela Vista no Bairro Higienópolis.

Trinta e quatro anos depois, agora em 1940, no mesmo local era construído o novo hospital, que hoje conhecemos.

Esta, senhores e senhoras, em síntese, é a história do prédio. Digo do prédio, porque não falei do fundamental e da essência daquilo que tem o poder de fazer, de um prédio, um hospital. Não falei do ingrediente mágico, imprescindível, único capaz de dar-lhe a vida, a personalidade e sustentação: o corpo hospitalar.

Refiro-me àqueles responsáveis pelo fluxo vital de um hospital. Falo dos médicos, enfermeiras, auxiliares, atendentes do pessoal administrativo e de manutenção, das incansáveis e devotadas irmãs de caridade, enfim, de todos quantos resolveram dedicar suas vidas à árdua tarefa de servir, de cuidar dos enfermos, dos desesperados, dos desenganados, mitigando-lhes a dor, consolando-os diante dos inevitáveis e insondáveis desígnios de Deus.

Na minha carreira de médico, tive a satisfação e orgulho de trabalhar nesse Hospital.

Lá cheguei em janeiro do ano de 1987 e lembro-me, ainda hoje, da maneira como fui acolho nesse dia. A forma amigável e respeitosa como fui tratado.

Permaneci até setembro do mesmo ano e guardo gratas lembranças de vários amigos, em primeiro lugar, amigos estes muitas vezes superiores, colegas e subordinados, que me apoiaram e me estimularam de maneira incessante, contribuindo para o meu aperfeiçoamento pessoal e principalmente profissional.

Recordo-me com saudades dos dias em que tinha a nítida impressão de que não venceria determinadas tarefas a mim designadas. Mas presenças marcantes, em minha passagem pela vida militar, (como por exemplo o Gen. Max Hoertel, meu primeiro comandante, ainda no Oitavo Batalhão Logístico, e logo após o Coronel Aristides Melo, já no Hospital Geral de Porto Alegre), davam-se exemplos de que barreira alguma, nesta vida, era intransponível, quando encarada com seriedade e profissionalismo.

É General, Coronel, colegas, senhores e senhoras presentes, muito ainda eu teria a comentar sobre minha experiência pessoal vivida no Hospital Geral de Porto Alegre, que certamente ainda levarei comigo pelo resto de minha vida.

O que lá se observa é que desde o dia de sua criação, as sucessivas diretorias do Hospital sempre cultivaram a filosofia de oferecer amplas oportunidades para treinamento e estágio de formação de pessoal médico, para-médico, civil e militar.

Este princípio, praticado ao longo dos anos, gerou excelentes profissionais e manteve o hospital na vanguarda da ciência médica, estimulando um permanente aprimoramento de seus serviços, permitindo, inclusive, a realização de cirurgias extremamente delicadas.

Faz-se, também, mister registrar o trabalho desenvolvido pelo hospital junto à comunidade gaúcha e em especial à população ´porto-alegrense, através de uma estreita cooperação com o Hospital de Pronto Socorro do Município de Porto Alegre, no atendimento de emergências e banco de sangue, conforme atestam seus registros.

É impossível senhores e senhoras, meus colegas, meus amigos, sob pena de me tornar enfadonho, discorrer aqui sobre os cem... Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Em nome do Hospital Militar de Porto Alegre, fala o seu Diretor-Geral Cel. Médico Ubiratan da Rocha Freitas.

 

O SR. CEL. UBIRATAN DA ROCHA FREITAS: Exmo Sr. Ver. Clóvis Brum, nosso Presidente nesta Sessão, Ver. Lauro Hagemann, Secretário; nosso muito estimado e conhecido Ver. Mano José, colega, nossos demais Vereadores da nossa querida Cidade de Porto Alegre, minha Cidade Natal, da qual muito me orgulho; nosso digno representante do Comando Militar Sul, Cel. Zilio, colegas presentes, demais participantes desta Sessão, senhoras, não podia me furtar de dizer duas palavras, nem que estas tradicionalmente fossem aquelas de “muito obrigado”. Não poderia agradecer a iniciativa de um companheiro que como médico trabalhou dia-a-dia conosco; que teve a lembrança de se voltar para aqueles momentos que lá viveu e conviveu conosco, da medicina igual a qualquer outra medicina no País que exerceu nas criaturas que lá passaram e que se lembrou daquela casa de Higianópolis, Higienópolis como era chamado quando para lá foi. Se lembrou da casa que presta atendimento de saúde, se lembrou de uma instituição centenária, e com isso nos trouxe uma alegria muito grande. Alegria de vermos que efetivamente participamos da Cidade onde vivemos, e que esta coletividade, representada por esses homens públicos do nosso Município, e muito bem representada, nos fez uma homenagem muito carinhosa, que é esta Sessão. À Cidade de Porto Alegre e aos seus representantes, o nosso Hospital se sente muito agradecido. Muito obrigado. (Palmas.)

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Autoridades, Srs. Convidados, Srs. Vereadores, por motivo de força maior não pôde estar presente a este evento o Presidente da Casa, Ver. Valdir Fraga. Assim, quero, em nome do Presidente Valdir Fraga, em nome da Mesa, transmitir-lhes a nossa alegria em podermos estar reunidos neta tarde, prestando uma homenagem a esta Instituição que tantos serviços presta, não só aos militares, aos seus familiares, mas também aos familiares dos ex-militares, já há um século. Feliz o Ver. Mano José, aliás nem poderia ser de outra maneira. Costuma-se dizer que os médicos têm alguma coisa dos pássaros que se orientam no meio das tormentas e das tempestades. Andou feliz o Ver. Mano José, oportunizando que se homenageasse o Hospital Militar, o qual tive oportunidade de percorrer, várias vezes, por mais de uma década, quando fui sargento do Exército; Hospital Militar que aprendi a querer, não só pela convivência que tive com o então jovem tenente, lá na minha longínqua Uruguaiana, mais tarde Diretor do Hospital Militar de Porto Alegre, Cel. Dirceu Caetano Ferlim, pessoa a quem, homenageando o Hospital Militar, homenageando a Direção desta Instituição, seus funcionários, militares que lá servem, estendemos esta homenagem também àquele ex-Diretor, exemplo de companheiro, de dedicação e de profissão. Senhores, foi uma alegria muito grande tê-los aqui esta tarde. O Hospital Militar, Cel. Ubiratan, que V. Exª imaginou fazer parte da Cidade, acredito, está impregnado no pensamento, no sentimento, no apreço da comunidade, não só de Porto Alegre como do Rio Grande do Sul. Nossos parabéns, e que Deus nos dê a oportunidade de comemorar outras oportunidades como esta, reverenciando uma instituição de extraordinário trabalho e dedicação, que é o Hospital Militar de Porto Alegre, na oportunidade em que comemora 100 anos de existência.

Lembra-me, o Cel. Ubiratan, que o Cel. Sérgio Augusto Zílio deseja fazer uso da palavra, como Assistente do Comando Militar do Sul, o que, para nós, é motivo de satisfação. Cel. Zílio, V. Exª está com a palavra.

 

O SR. SÉRGIO AUGUSTO ZÍLIO: Sr. Ver. Clóvis Brum, que preside este ato; Sr. Ver. Lauro hagemann, 1º Secretário da Câmara; Ver. Mano José; Srs. Vereadores; senhoras; companheiros.

Um ato de serviço impediu a presença física do Gen. Alberto dos Santos Lima Fajardo, Comandante Militar do Sul, nesta Casa, todavia, S. Exª tinha o desejo pessoal de aqui comparecer mas, diante dessa impossibilidade, determinou-me que o representasse e que apresentasse à Câmara de Vereadores os agradecimentos do Comando Militar do Sul por esta lembrança e por este ato que agora presenciamos. Eu me permitiria ressaltar – e isto farei chegar ao conhecimento de S. Exª - o elevado espírito comunitário desta Casa, o que impressiona de fato a comunidade no momento de uma ação de reconhecimento ao Hospital Militar de todos os partidos representados nesta Casa do Povo. Consideramos nós, particularmente, a homenagem, no momento em que se dá em nome de todas as Bancadas aqui representadas. Isto sensibiliza o Comando Militar do Sul, isto enobrece este ato, isto por certo aumenta inclusive a nossa responsabilidade nos serviços que prestamos a este País e, particularmente, neste rincão, ao Estado do Rio Grande do Sul.

Aos senhores nobres Vereadores, todos os senhores e senhoras que presenciam este ato, em nome do Comandante Militar do Sul, manifesto os mais profundos agradecimentos. Muito obrigado. (Palmas.)

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Suspendemos os trabalhos deste Grande Expediente para as despedidas, e logo após daremos continuidade à Sessão de hoje.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 15h01min.)

 

O SR. PRESIDENTE (às 15h04min): Solicito ao Sr. 1º Secretário que proceda à chamada para verificação de “quorum”.

 

O SR. 1º SECRETÁRIO: (Procede à chamada nominal para a verificação de “quorum”.) Não há “quorum”, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE: Não havendo “quorum”, encerro os trabalhos da presente Sessão.

 

(Levanta-se a Sessão às 15h07min.)

 

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